Foram muitas horas de desporto na televisão acompanhadas pelos comentários de Jorge Lopes, na RTP. Desde domingo, é certo que não existirão outras horas a somar a essas. Jorge Lopes era, provavelmente, a maior e melhor enciclopédia desportiva do país. Num país onde o futebol é rei e tudo o resto é paisagem, era com redobrado prazer que era possível assistir a outros desportos acompanhado por alguém que, para além de uma sabedoria extraordinária, denotava verdadeiro amor pelo que fazia. E é certo que nunca mais os Jogos Olimpicos terão, enquanto experiência televisiva, o mesmo brilho.
A notícia já era esperada, mas nem por isso deixou de me atingir mais fundo.
Começa assim um post do Pedro Correira intitulado Na despedida do Jorge Ferreira que recomendo. Foi um privilégio participar com o Jorge Ferreira nos projectos Novo Rumo e Eleições 2009, mas foi no Tomar Partido que tornei-me seu leitor regular. No caso do Novo Rumo, tive até a honra de ter sido o autor do convite, mal sabia eu da notícia que já era esperada pelo Pedro. Por isso, no sábado, quando soube da morte do Jorge Ferreira, o inesperado da coisa deixou-me atordoado. Sinto necessidade de escrever mais alguma coisa mas, perdoar-me-ão os leitores, faltam-me as palavras certas. Descanse em paz.
A morte foi há muito anunciada na imprensa americana. Desde a altura em que garantiram que o actor não sobreviveria por muito mais tempo, os abutres (e dificilmente a expressão podia ser mais apropriada) nunca mais deixaram de perseguir o homem. As fotos sucediam, a especulação aumentava, notícias da sua morte não confirmadas apareciam. No fundo, uma merda de sociedade esta que temos. Ontem, o actor finalmente deixou-nos. Lembro-me como gostei de Dirty Dancing. De Ghost recordo-me mal. North and South, Red Dawn, memória de infância. Point Break, tinha um amigo que adorava o filme, eu, simplesmente, achava-o engraçado. E Uncommon Valor, um dos filmes que melhor recordo, tal a quantidade de vezes que o vi.
São muitos e bons os filmes que John Hughes, seja como realizador, escritor ou produtor, deixa para imortalizar o seu nome na história do cinema. Ferris Bueller's Day Off, Uncle Buck, Home Alone, The Breakfast Club, ou Christmas Vacation, entre outros, foram parte integrante da minha infância, naquelas tardes cinematográficas de sábado/domingo na RTP. Ferris Bueller's vi pela primeira vez na biblioteca do escola onde fiz o 5º/6º ano. Uncle Buck ainda recentemente foi transmitido no Hollywood, e lá fiquei eu preso ao ecrã com o sorriso no rosto a recordar os tempos da pré-adolescência. Home Alone, nem consigo dar um palpite de quantas vezes me diverti com Macaulay Culkin. No dia em que Hughes, ainda tão novo, deixa o mundo, fica uma sensação de tristeza no ar, mas fica também a certeza de que é alegria, passada através da tela do cinema ou no ecrã da televisão, aquilo que Hughes deixa de legado ao mundo.
Na morte de Soljenitsine, por Pedro Correia:
Quando outros calaram, por cobardia ou conveniência, ele expôs-se - servindo-se de um papel e de uma caneta para denunciar um regime iníquo. Estaline mandou deportá-lo para um campo de concentração siberiano, Brejnev deu-lhe ordem de expulsão do país.
Solzhenitsyn, RIP, por Andrew Sullivan:
His accounts of what torture and dehumanization do to people - the enforcers and the victims - helped me better understand the utter incompatibility of freedom and torture of any kind, anywhere. If I had to point to one author who inspired my horror at what Cheney and Bush have done to America's integrity these past few years, it would be Solzhenitsyn.
Aleksandr Solzhenitsyn dies at 89, por Tyler Cowen:
He did not in every way favor liberty, but he did more for liberty than almost any other person of the late 20th century.
The Best of Solzhenitsyn, por Bryan Caplan:
But if any writer can make future generations of Russians look on the Soviet era with the horror it deserves, it's the man who stared down the Soviet Union at the height of its power - and outlived it by 17 years.
Alexander Solzhenitsyn Is Dead at 89
Solzhenitsyn's unflinching accounts of torment and survival in the Soviet Union's slave labor camps riveted his countrymen, whose secret history he exposed. They earned him 20 years of bitter exile, but international renown. And they inspired millions, perhaps, with the knowledge that one person's courage and integrity could, in the end, defeat the totalitarian machinery of an empire.
No livro onde relata as atrocidades dos campos de concentração soviéticos, Alexander Solzhenitsyn faz a dedicação em honra "a todos aqueles que não viveram para o contar". O livro é uma narrativa do autor sobre a sua experiência enquanto prisioneiro de um desses campos, e em honra de Solzhenitsyn e da história que tantas vezes é esquecida, em nome daqueles que não viveram para contar, mas também para que no futuro não haja nada do género para contar e pessoas que percam a vida antes de o poderem fazer, recomendo a leitura de Arquipélago Gulag.
Outras Casas
Blogs
Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos
Speakers Corner Liberal Social
Em Inglês
Think Tank
Foundation for Economic Education
Informação
Magazines
Desporto
Audiovisual
Ferramentas
desporto(383)
politica nacional(373)
cinema(291)
economia(191)
música(136)
ténis(132)
humor(131)
futebol(130)
eleições eua(118)
estados unidos(115)
portugal(115)
blogs(109)
miúdas giras(93)
jornalismo(88)
governo(79)
televisão(74)
blogosfera(69)
oscares(68)
pessoal(55)