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Despertar da Mente

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

Despertar da Mente

09
Nov09

Depois do muro

Jorge Assunção

E olhando para as diferenças que persistem entre a Alemanha ocidental e oriental, diria que os regimes mudam mais o povo do que o povo muda com a mudança do regime. Enfim, se mesmo na fusão entre duas empresas*, entidades de dimensão e complexidade reduzida quando comparadas a um país, tantos são os problemas que surgem, como esperar que numa fusão do que eram, na altura, dois países completamente distintos, não existissem problemas de difícil resolução? Especialmente quando aquilo não foi propriamente uma fusão entre iguais, mas uma fusão onde um lado, o ocidental, tinha claramente preponderância na escolha do caminho a seguir. Além do mais, a Alemanha é um óptimo exemplo de como, na aplicação de modelos económicos e sociais, não atender e entender a especificidade dos povos a que se destinam tais modelos, é o primeiro passo para o modelo fracassar.

 

* estou a pensar, nomeadamente, em algumas aquisições do BCP no tempo do Jardim Gonçalves. Imaginam o que é impôr o sistema informático de um banco a todos os funcionários do banco adquirido? E impôr a mentalidade do BCP aos quadros altos do banco adquirido? Obviamente, muitos dos funcionários do banco adquirido, especialmente aqueles que estavam lá há mais tempo, sofriam de problemas de adaptação e julgavam-se, muitas vezes com razão, tratados como que funcionários de segunda numa instituição que pretendia-se única e a remar para o mesmo lado.

09
Out09

Prémio Nobel da Paz

Jorge Assunção

É certo que aquilo que me levou a torcer por Barack Obama nas eleições presidenciais norte-americanas foi, acima de tudo, a sua perspectiva da política internacional e a visão que tenho dele de que tentará evitar, a todo o custo, novas guerras, como um candidato Republicano, no caso John McCain, contrariamente ao que era habitual, não o faria. Mas entregar-lhe agora um Prémio Nobel da Paz, com menos de um ano a excercer o cargo de Presidente dos EUA e, diga-se, sem que o rumo da sua governação esteja totalmente definido, parece-me manifestamente estúpido. Excepto se o Comité do Nobel pensa que com isto irá influenciar as decisões de Obama no futuro. Ou seja, no Comité do Nobel, nomeadamente no que toca ao da Paz (e da Literatura, espero que não se alargue ao da Economia) faz-se política pura e dura, mas não se atribui prémios pelo mérito das personalidades em causa.

31
Ago09

Japão

Jorge Assunção

A ideia subjacente neste post do Manuel Gouveia importa ser discutida. Diz ele que "os japoneses optam pela via do socialismo", será mesmo assim? Parecem ter optado por um governo com maior preocupação social, é certo, mas até que ponto optaram os japoneses por algo verdadeiramente diferente do que tinham?

 

Na notícia do Público é dito alguma coisas importante sobre o assunto. 1) Os japoneses parecem simultaneamente decididos e cépticos. A grande maioria deseja uma "mudança de regime", mas apenas 24 por cento acreditam nela, contra 56 que manifestam cepticismo: não sabem aonde um governo do PDJ irá buscar fundos para financiar as políticas sociais. O que traduzido por mim dará qualquer coisa como: se o PDJ tentar mudar muito, os japoneses cortam-lhe as pernas. É isso que denota o receio com o dinheiro gasto. Se quiserem, é parecido com a falta de apoio dos americano à reforma na área da saúde de Obama. É o velho lema do 'mudar para tudo ficar na mesma'. 2) Para "rejuvenescer a política", o PDJ lançou um grande número de candidatos jovens contra os veteranos do PLD. Mas os líderes que encarnam a mudança vêm da velha escola do PLD. O PDJ é um partido recente, com pouco mais de 13 anos de existência, e parte dos seus quadros deriva do próprio PLD, dúvido que venha daqui grande mudança. 3) Para alguns analistas, mais do que uma vaga de entusiasmo pelo PDJ, há a vontade de punir o PLD. Não me admira que assim seja, e acho que os japoneses nisso fazem bem. Dificilmente um partido que está há 54 anos no poder não criou tentáculos pela sociedade japonesa. Mas isso para mim diz muito mais sobre a necessidade que os japoneses revelaram por substituir as caras e os interesses, do que por substituir as ideias típicas do PLD. 4) "Alguns japoneses comparam o colapso do PLD à queda do Muro de Berlim", escrevia em Junho de 1993 o correspondente da Economist no Japão, após uma cisão do partido, que levou a um interregno de 10 meses, o único período em que os liberais-democratas não governaram. Foi assim que terminou em 1993, o PLD só esteve afastado do poder durante 10 meses. Desta vez deverá demorar mais tempo, mas não me admira nada que nas próximas eleições, caso façam uma renovação de caras, voltem ao poder. 5) A ascensão do PDJ é indissociável da ruptura do contrato social e do modelo paternalista que acompanharam o "milagre económico". Ou seja, os japoneses estão descontentes porque a sociedade mudou. Infelizmente, o modelo paternalista desapareceu porque não era sustentável. Mas isto demonstra o quanto a sociedade japonesa é conservadora e dificilmente aceitará qualquer mudança radical. Resumindo, aquilo que alguns denominam por mudança é, afinal, uma última tentativa dos japoneses para nada mudar.

 

Basicamente, a minha ideia sobre o que se passa no Japão é que o PDJ será tão diferente do PLD quanto o PS é diferente do PSD. Ou seja, não existirão grandes diferenças. Uma sociedade que andou durante 54 anos a votar no mesmo partido e nas mesmas ideias revela um conservadorismo acentuado que não muda de um dia para o outro. Claro que esse conservadorismo também ajudou a paralizar o Japão durante a década de noventa, quando o país necessitava de reformas e os líderes do PLD mostraram-se incapazes de as realizar. Apesar disso, e tirando aquele período de dez meses, os japoneses continuaram a votar nestes, em boa parte numa demonstração de gratidão por um partido que havia pegado num Japão devastado pela guerra e transformou-o na segunda maior economia mundial.

13
Jun09

Imaginem

Jorge A.
30
Mai09

Indignações selectivas

Jorge A.

Segundo documentos confidenciais da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de civis mortos na zona de cessar-fogo aumentou desde o final de Abril. Estima-se que até ao dia 19 de Maio cerca de 1000 civis morreram diariamente.

 

Onde andam aqueles que por estas alturas fazem barulho? Não há manifestações pela Europa e mundo fora? Ou o que se passa na República Democrática Socialista do Sri Lanka é menos relevante do que o que se passa na Palestina? Não há jornalistas que queiram acompanhar o que se passa no Sri-Lanka? Deputados europeus que queiram ir conhecer a região? É que assim arriscam-se a fazer passar a ideia de que as motivações de alguns actos de indignação são maioritariamente políticas e nunca actos de verdadeira e sincera solidariedade para com outro ser humano em sofrimento.

21
Mai09

Guantánamo

Jorge A.

Funds to Close Guantánamo Denied. O Senado não aprova o fecho de Guantánamo, obviamente. E se não aprova é porque Obama não tem solução para os actuais residentes da prisão. Mais, não sei se alguma vez pensou que viria a ter ou se o objectivo desde o ínicio não era mesmo deixar a prisão a funcionar e, portanto, prometia o que sabia não ir concretizar. Entretanto, aqui está uma notícia que ajuda a explicar a situação com que o actual presidente norte-americano se confronta: 1 in 7 Freed Detainees Rejoins Fight, Report Finds. Mais, o presidente tem, muito provavelmente, a maioria do povo americano contra a decisão de fechar a prisão. Se em 2008 a economia foi o tema central da campanha eleitoral, nada garante que em 2012 o terrorismo não voltará a dominar as preocupações dos norte-americanos. E, como se sabe, o homem ainda agora foi eleito, mas já anda a fazer campanha para segundo mandato.

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