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Despertar da Mente

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

Despertar da Mente

26
Out09

Na Educação

Jorge Assunção

A ministra que não agradava a quase nenhum professor já se foi embora. Agora, só falta que os professores, que tanto se indignaram com esta ministra, mostrem igual desconforto e insatisfação pelos professores medíocres que continuam a contaminar o nosso sistema de ensino. É que a ministra, má ou boa, todos sabíamos que mais tarde ou mais cedo seria corrida de lá. Já os professores a que me refiro, e que não são tão poucos quanto isso, há anos que por lá andam sem que qualquer protesto digno de nota se verifique.

22
Abr09

12 anos

Jorge A.

Governo vai estender a escolaridade obrigatória para 12 anos

 

De acordo com o primeiro-ministro “a qualificação dos portugueses é uma das prioridades” do Governo, que passa pelo “desenvolvimento do serviço público de educação”

 

Tenho as maiores dúvidas quanto aos efeitos desta medida. Não é forçando alunos (da idade a que necessariamente nos referimos no caso) a ficar nas escolas que se resolve qualquer problema (a questão a responder é porquê que eles, nos dias que correm, querem sair). O governo primeiro facilita, agora força - no que toca às estatisticas, terá certamente alguma repercusão. No que toca ao melhoramento dos jovens para a adaptação e aproveitamento no mercado de trabalho, fica tudo na mesma, isto para não dizer que piora. A propósito leia-se este post do João Carvalho.

16
Nov08

Voltando à Educação

Jorge A.

Voltando à educação, vale a pena começar pela pergunta que coloca aqui o Bruno Reis. Diz o Bruno Reis a propósito de Obama defender o pagamento aos professores com base no mérito:

Será que a sua popularidade em Portugal vai ser afectada? Será ele capaz de levar a ideia por diante nos EUA sem os tipo de problemas que se vêm em Portugal?

A resposta é que Obama tem uma vantagem face à actual proposta da ministra - este, ao mesmo tempo que pretende implementar um modelo de avaliação dos professores, parece pretender aumentar os ordenados do conjunto dos professores no geral. A proposta da ministra, tal como parece enquadrar-se actualmente, parece implicar apenas que os melhores professores terão acesso a uma remuneração semelhante à que já atingiriam agora e os maus professores sairão certamente a perder. O bolo salarial nos Estados Unidos com Obama deverá aumentar, em Portugal parece ser intenção do governo diminuir o bolo salarial. Talvez por aqui também se percebam as manifestações dos professores em Portugal.

 

Isto quer dizer que a proposta de Obama será melhor que a da ministra? Não necessariamente, apenas quer dizer que terá maior facilidade de evitar grande contestação (para além de não falar que os Estados Unidos não são Portugal e vice-versa no que toca ao ambiente politico). A forma como se aumentam os salários dos professores em média é que importa se o alcance da medida é justo ou não - se for simplesmente pelo método socialista (como suspeito) de lançar mais dinheiro do contribuinte para cima do problema não me parece que faça grande sentido (e nem a implementação de um modelo mais concreto de avaliação do mérito trará grande alteração ao problema).

 

A questão que se coloca é se eu vejo como possível e desejável um aumento dos salários aos professores em Portugal dada as nossas restricções orçamentais? Sim, mas importa perceber o como. Bem, em primeiro lugar, tal como o António Almeida defende nos comentários a este post, dando autonomia às escolas na escolha dos seus professores. Mas a essa autonomia na contratação, teria de estar associada também a possibilidade de cada escola despedir e fazer diferenciações salariais aos professores como bem entendessem (ler a propósito, este post de Connor Friedersdorf sobre o assunto). O valor extra do salário seria portanto o prémio pela perda da segurança no emprego que hoje em dia os professores gozam.

 

A questão que se coloca é, os professores alguma vez aceitariam a perda da segurança no emprego pela possibilidade de aumento do ordenado? Dúvido, e dos sindicatos então nem se fala. Agora, o que também sei, é que quanto maior é o salário possível de alcançar e quanto mais este está associado ao mérito, mais facilmente se atraiem os melhores e mais se retira do potencial destes para essa profissão.

08
Nov08

Guerra o Ano Todo

Jorge A.

Professores prometem "guerra o ano todo" e admitem antecipar greve nacional

 

Também prometem que vão tentar ensinar, mas não se comprometem. Já não bastava a escola ser muitas vezes um campo de batalha entre alunos e professores, também o é agora entre professores e ministério. Tenho a certeza que isto trará beneficios para o nosso ensino. Gosto especialmente deste parágrafo da noticia:

Considerando "inadmissível" que a ministra da Educação tenha hoje recusado suspender a aplicação do modelo de avaliação, o secretário-geral da Fenprof apelou ainda aos docentes para serem eles a fazê-lo, na prática, parando nas escolas todos os procedimentos relacionados com este processo.

Os professores não querem respeitar a autoridade da ministra, acho bem. Mas eu já aqui me voluntario para atirar o primeiro tomate ao professor que, seguindo a recomendação da Fenprof, venha com a conversa que os alunos não respeitam a sua autoridade.

27
Jun08

Direito ao Sucesso

Jorge A.

Fantástica esta notícia no Público on-line (negritos meus):

De acordo com um relato de um professor escrito em acta, a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, pediu aos conselhos executivos das escolas para terem atenção na escolha dos docentes que vão corrigir os exames, e disse que “talvez fosse útil excluir de correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações muito distantes da média.” Os “alunos têm direito a ter sucesso” e o que “honra o trabalho do professor é o sucesso dos alunos” terá dito imediatamente antes e depois.

O direito ao sucesso é uma coisa que me emociona. Sempre achei que o sucesso era uma coisa que se procurava e que com menor ou maior dificuldade, com menor ou maior esforço, com nenhuma ou alguma sorte, se podia encontrar. Se tenho direito ao sucesso onde é que posso reclamar se ainda não tiver encontrado o meu?

 

Esta coisa de atribuir direitos sobre coisas que não se controlam, logo a começar pelo direito à felicidade (de que o direito ao sucesso não será nada mais, nada menos, do que uma subcategoria), não encaixa na minha visão sobre os direitos e deveres do Homem. O Homem deve ter sim, como Thomas Jefferson escreveu na maravilhosa Declaração da Independência dos EUA, o direito à procura da felicidade (ou à procura do sucesso).

 

Quanto mais esta gente achar que o cidadão (aluno) tem direito à felicidade (ao sucesso), mais esta gente contribui para a infelicidade (o insucesso) do cidadão (aluno) em questão.

09
Mar08

Mediocridade

Jorge A.
Na educação as direcções escolares não tem autonomia na tomada de decisões, logo não é possível responsabilizá-las totalmente pelos resultados dessa mesma escola. Se alguém da direcção escolar toma uma má decisão, por exemplo uma escolha com base na cunha e não no mérito, essa decisão não terá repercussões para a direcção escolar. A responsabilização é uma das melhores formas de evitar a cunha, e é em muito por causa da falta de responsabilização das chefias intermédias que o sistema funciona como funciona. O hábito é só responsabilizar a cabeça do sistema, a figura de proa do ministério, quando o que era devido era todos serem responsabilizados pelas suas decisões.

Ao mesmo tempo, se o critério mais importante para progressão na carreira é o tempo de serviço, não há qualquer incentivo extra - para além do possível gosto em educar - em que um professor excelente em inicio de actividade se destaque do seu colega mediocre também em inicio de actividade, nem qualquer incentivo para que o professor mediocre tente ser mais do que isso. Mais uma vez, se a direcção escolar não pode premiar um professor que considere melhor que outro, como poderá essa mesma direcção escolar ser responsabilizada pelos resultados da escola? Não pode - resta culpar a ministra que é quem decide as regras de progressão da carreira e colocação dos professores.

Ora, com este sistema, as chefias não se importam de fazer escolhas com outra base que não o mérito. Os professores que se apercebem desta situação e que não imaginam outra realidade se não esta, assustam-se e fogem a sete pés da possibilidade de o poder das chefias aumentar. Os professores acham que maior poder significará maior discricionariedade na tomada de decisões, não percebem que se a esse poder estiver associada maior responsabilidade, o incentivo para não premiar com base no mérito desaparece.

Por outro lado em Portugal há medo de destacar quem tem mérito. Há medo de dizer esta escola é melhor que aquela, ou este professor é melhor que aquele - e é preciso perder esse medo para um novo sistema de ensino funcionar. É preciso porque só havendo classificação das escolas é que se pode avaliar se uma direcção escolar está ou não a fazer um bom trabalho - para além do facto óbvio de essa informação ser benéfica para os pais que assim sabem onde melhor colocar as suas crianças. E as direcções escolares precisam de ter a sua avaliação de professores para poderem fazer um bom trabalho e premiarem os melhores.

Outro tópico importante é o da fixação do programa escolar, acho que é facilmente perceptível da minha conversa sobre autonomia das direcções escolares que o programa também não devia ser fixado pelo ministério central. Cada escola devia ter possibilidade de ensinar aos seus alunos o que, e como bem, entendesse. Mas este é um assunto que dá pano para mangas e fica para outro post.

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