Segunda-feira, 30 de Novembro de 2009
Por norma, fico satisfeito quando alguém toma medidas que impedem o aumento dos impostos. Por isso, devia ter ficado satisfeito com o fim do PEC e a suspensão do novo Código Contributivo, mas não fiquei. A questão essencial aqui é que a oposição decidiu actuar do lado da receita, mas não decidiu onde cortar despesa: assim é cómodo para a oposição, mas não é certamente bom para o país. Podemos dizer: bem, agora, a parte difícil, cortar na despesa, é trabalho do governo. Mas a experiência diz que o governo nada alterará na estrutura da despesa, o que levará a aumento do défice e consequente aumento de impostos no futuro.
Jorge
Tens toda a razão. Mas aumento de impostos agora iriam ter consequências muito negativas. Além de que seria imoral, de facto, com as despesas e desvarios socialistas.
Mas não lhes inviablizaram a despesa das obras faraónicas?, não foram adiadas? Pelo menos isso.
Ana,
bem gostava que estas medidas inviabilizassem as obras faraónicas, mas não. O mesmo dinheiro que não há agora, já não havia anteriormente. E se antigamente o PS queria avançar com as obras, não vejo porque voltariam atrás agora (mas sabes que eu começo a achar que a falta de dinheiro é tão evidente, que até a eles faltará coragem para seguir em frente com tamanha estupidez).
Quanto ao aumento de impostos, tens razão, Ana. Mas sabes que a oposição não se limitou a impedir aumento de impostos futuros, e foi aquilo de querer tudo de uma vez: código contributivo, PEC, e diminuição do tempo para pagamento de IVA, que eu acho que ainda pode fazer ricochete. Sem um plano estratégico, que envolva actuar no lado das receitas e das despesas, temo que isto não vá a lado nenhum.
faltou apresentarem soluções e não votações tipo somos maiores que tu.
Pois, Daniel. Mas soluções sérias e duradouras, e são essas que não vejo, faltam a todos. Especialmente àqueles que, agora e finalmente, foram confrontado com a sua nova posição minoritária.
Mas a aprovação na A.R. tem uma virtude, desmistificar a promessa do governo que não aumentaria impostos, o que estava a fazer no Código contributivo. Se dramatizarmos a luta política, José Sócrates será obrigado a admitir que aumentará impostos, isso já é meia vitória, para além de aumentar a probabilidade de voltar a não obter maioria em novas eleições. Venha agora a revogação do chip nas matrículas...
"Mas a aprovação na A.R. tem uma virtude, desmistificar a promessa do governo que não aumentaria impostos, o que estava a fazer no Código contributivo."
Concordo, António. Acho é que deviam ter ficado pelo Código Contributivo. E se o resto merecia ser discutido, fizessem-no no Orçamento, para percebermos qual o caminho que a oposição quer traçar. Mas, como bem sabes, no caso da despesa, não há coligação possível entre os partidos da oposição.
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