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Despertar da Mente

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

Despertar da Mente

30
Out09

Face Oculta

Jorge Assunção

Toda esta rede tentacular que envolvia o presidente de uma grande empresa pública, o administrador de um dos maiores bancos nacionais, e um empresário miúdo que de forma suspeita se transformou rapidamente em gente grande, o que é possível concluir sobre a forma como os negócios são feito em Portugal? Alguém dúvida da podridão a que isto chegou?

 

Como a política é cada vez mais necessária para fazer avançar os negócios em Portugal, alguém pode deixar de pensar no caso dos contentores em Lisboa e na Mota Engil do Jorge Coelho. No caso do aeroporto, do TGV, e como o ministro Mário Lino defendeu-os com unhas e dentes, a quem serve estes projectos? A quem serve os governantes medíocres que temos tido? Os submarinos do Portas. Os sobreiros do Abel Mateus. O Banco do Oliveira e Costa e do Dias Loureiro. O Freeport, o que é afinal o Freeport? O que aconteceu ao processo Casa Pia assim que tocou em políticos? O que aconteceu ao juiz Rui Teixeira?

 

Todos os partidos convivem com a podridão e parece que já não se incomodam com o cheiro nauseabundo. Os que tentam de alguma forma lutar contra a podridão são arrumados a um canto, atirados para fora do sistema, ou acabam por desistir e apodrecem com o sistema. Mas dentro dos partidos existem pessoas honestas e de valor considerável, não dúvido, recuso-me a imaginar outro cenário. É tempo de deixar de acreditar nisso de que são 'todos iguais', ou, quando os consideramos 'todos iguais', estamos a incluir-nos no saco? É que os políticos são produto da sociedade, constituindo, portanto, um espelho desta. Quando os designamos por 'todos iguais', estamos automaticamente a dizer que também aqueles que estão fora do sistema, aqueles cuja participação activa na política limita-se ao voto (se chega a isso), são iguais a tais políticos medíocres e incompetentes? É isso.

 

Desculpem-me, mas não aceito essa tese. Não aceito porque, em primeiro lugar, não quero ser atirado para esse saco e, em segundo lugar, não aceito que atirem todos os outros para esse saco. Quem se mete no saco, meta-se. Fique lá, habitue-se à podridão. Diga que são 'todos iguais', por descarga de consciência, porque a partir do momento em que são todos iguais, como pode o que considera que assim é, não ser também igual a eles?

 

Ah, claro que percebo! Se são 'todos iguais', não faz mal votar no comprovado corrupto, como Isaltino Morais. Se são 'todos iguais', não faz mal imaginar-me na posição destes a actuar de igual forma. Se são 'todos iguais', quando, à minha escala, recorro a artificios semelhantes, estou automaticamente perdoado, porque são 'todos iguais'. 

 

São 'todos iguais', meus caros. Por isso, o empresário está automaticamente perdoado por procurar corromper o político para favorecer-lhe o negócio. O político está automaticamente perdoado por deixar-se corromper e favorecer o empresário. E o povo está automaticamente perdoado por votar em tais políticos. São 'todos iguais'. Azar daquele que, sendo igual a todos os outros, é apanhado pela justiça. Como pode a justiça julgar quando são 'todos iguais'? É injusto julgar o igual de forma diferente. Mais do que isso, também o juiz é igual ao que julga. Repito: são 'todos iguais'.

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