Competitividade
"A fraca competitividade e a baixa produtividade estão na raiz do baixo crescimento da economia portuguesa. Em vez de melhorarmos, temos descido nos “rankings” internacionais." Isto dizia-nos o PS no seu programa eleitoral para as legislativas de 2005 (via Rua Direita). Para sustentar a tese, o PS recorria ao Índice de Competitividade do World Economic Forum, onde Portugal aparecia na 25ª posição em 2004. O relatório para 2009-2010 foi divulgado recentemente, Portugal aparece na 43ª posição. Fantástica a evolução, não é?
E qual é o factor que pesa mais na péssima colocação do ranking para Portugal? A eficiência do mercado de trabalho, onde somos colocados no 103º lugar. Quero lembrar o que escrevi anteriormente no Delito de Opinião: Medina Carreira solicitava na SIC Noticias que fosse criada uma comissão para avaliar o motivo dos investidores estrangeiros trocarem Portugal por outros países europeus. Não tenho a mínima dúvida que um desses motivos é a elevada protecção ao emprego que vigora em Portugal e não é preciso nenhuma comissão independente para descobrir isso.
Contudo, podemos estar confiantes que PS e PSD nada de extraordinário pretendem alterar neste panorama. O PSD, tal como o PS em 2005, afirma a banalidade do costume: "Em consequência dos problemas estruturais de falta de produtividade e de competitividade, Portugal tem vindo a crescer cada vez menos." Tal como o PS versão 2005, também demonstra conhecer o Índice de Competitividade do World Economic Forum: "No ranking de competitividade do World Economic Forum, Portugal caiu da 31.ª para a 43.ª posição entre 2005 e 2008." No entanto, fica por estas banalidades e pouco parece preocupar-se com os factores que contribuem para a nossa péssima posição.
Pretender reformar a legislação laboral é daquelas coisas que não compensa eleitoralmente. Fazer demagogia sobre a perda de direitos dos trabalhadores conquista votos. O país vai longe a continuar assim.