Economistas
O manifesto de 28 economistas a apelar à reavaliação do investimento público irritou algumas almas. Alguns, fazendo jus à cultura muito portuguesa de atacar o mensageiro e não a mensagem, logo trataram de atacar o curriculo das pessoas envolvidas no manifesto, diminuindo-lhes a credibilidade. Esse é um dos principais motivos pelo qual em Portugal tanta gente opta por não dar a cara, de uma forma ou de outra, existirá sempre quem tente denegrir pessoalmente quem tem visão diferente à sua. Mas o manifesto tem uma grande vantagem: alguns tentaram passar a ideia, através de argumento económicos e com algumas referências a Keynes pelo meio, que a aposta em grandes obras públicas era quase inatacável. Ainda na entrevista que o ex-animal feroz deu a Ana Lourenço, na SIC, o nosso primeiro mais uma vez tratou de referir Keynes e a grande depressão para justificar as suas políticas. Pena é para o nosso primeiro que o economista Keynes, cumprindo a sua teoria mais que provada de que "no longo prazo estamos todos mortos", não esteja vivo para poder manifestar a sua concordância com Sócrates, concordância hipotética essa sobre a qual manifesto as mais sinceras dúvidas, mas no entanto existe um conjunto de economistas portugueses, atreveria-me a dizer a maioria, que manifesta muitas dúvidas sobre esses mesmos projectos. Não podendo sondar os mortos, talvez fizessemos bem em escutar os vivos e demonstrar preocupação pelos que ainda estão por nascer.