A Estrada
Nós nunca seríamos capazes de comer uma pessoa, pois não? Não. É claro que não. Mesmo que estivéssemos a morrer de fome? Nós já estamos a morrer de fome. Tu disseste que não estávamos. Morrer de fome é uma maneira de dizer. Nós estamos cheios de fome, mas não estamos mesmo a morrer. Mas nunca faríamos isso. Não. Nunca. Aconteça o que acontecer. Sim. Aconteça o que acontecer. Porque nós somos os bons. Sim. E transportamos o fogo. E transportamos o fogo. Sim. Está bem.
A Estrada, Cormac McCarthy, Relógio d'Água, Página 87
De um dos meus livros favoritos. Sobre a procura do bem, sobre o que nos torna humanos, uma das mais belas histórias sobre o amor entre um pai e o filho. Agora terá direito a adaptação cinematográfica [trailer]. Tom Chiarella da Esquire chama-lhe o mais importante filme do ano. Confesso que a crónica na Esquire e o trailer deixam-me de certa forma de pé atrás. A Estrada é tudo menos uma história de acção (como o trailer sugere) e o rótulo de "mais importante do ano" cheira-me a golpe publicitário. Mas é, neste momento, um filme muito aguardado por estas bandas.