"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville
"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville
"para acicatar os animos contra a função pública, que é o que se faz neste pais de há uns anos a esta parte."
o que acicata os ânimos é o aumento salarial de 2,9% este ano e os sindicatos dos funcionários públicos ainda terem a lata de pedir mais. O problema é que os funcionários públicos enquanto grupo tem um poder negocial que outros não têm - e quando perdem poder de compra queixam-se de forma notada pelos governos e comunicação social, mas quando avaliamos a evolução dos salários de todos os portugueses desde o inicio da década percebemos que em média todos perderam poder de compra (quanto mais não seja pelo aumento dos desempregados). Eu não peço aos funcionários públicos que compreendam isso, pelo que podem manifestar-se à vontade por aumentos salariais, mas contesto que os governantes façam de conta que não percebem isso. De resto, não sou a favor do congelamento dos salários para toda a função pública, porque para quem ganha ordenados miseráveis, acho que aumentos, pelo menos ao nível da inflação, podem ser justificados.
E os 2,9%, como devia ser facilmente percebido, foram garantidos num momento em que a inflação esperada era de 2,5% - pelo que o governo só pretendia atribuir um aumento real de 0,4% (coisa que mesmo assim, já ao tempo eu contestei). Agora, que sabemos que a inflação esperada anda na casa do 1%, a medida ainda é mais injustificada. Dado que estamos em ano eleitoral, é certo que o governo Sócrates não vai voltar com a palavra atrás. Mas, estou certo, arranjará forma de compensar o problema - temo é que não será à custa dos funcionários públicos, mas sim de outros que não têm poder para protestar.