Direito ao Sucesso
Fantástica esta notícia no Público on-line (negritos meus):
De acordo com um relato de um professor escrito em acta, a directora regional de Educação do Norte, Margarida Moreira, pediu aos conselhos executivos das escolas para terem atenção na escolha dos docentes que vão corrigir os exames, e disse que “talvez fosse útil excluir de correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações muito distantes da média.” Os “alunos têm direito a ter sucesso” e o que “honra o trabalho do professor é o sucesso dos alunos” terá dito imediatamente antes e depois.
O direito ao sucesso é uma coisa que me emociona. Sempre achei que o sucesso era uma coisa que se procurava e que com menor ou maior dificuldade, com menor ou maior esforço, com nenhuma ou alguma sorte, se podia encontrar. Se tenho direito ao sucesso onde é que posso reclamar se ainda não tiver encontrado o meu?
Esta coisa de atribuir direitos sobre coisas que não se controlam, logo a começar pelo direito à felicidade (de que o direito ao sucesso não será nada mais, nada menos, do que uma subcategoria), não encaixa na minha visão sobre os direitos e deveres do Homem. O Homem deve ter sim, como Thomas Jefferson escreveu na maravilhosa Declaração da Independência dos EUA, o direito à procura da felicidade (ou à procura do sucesso).
Quanto mais esta gente achar que o cidadão (aluno) tem direito à felicidade (ao sucesso), mais esta gente contribui para a infelicidade (o insucesso) do cidadão (aluno) em questão.