Jorge A.
Em Portugal, os reitores andam a pedir por mais uns trocados ao governo para fazer face às "graves" questões financeiras que as suas universidades enfrentam (se bem que gostasse de saber se os "graves" problemas financeiros afectam todas as universidades por igual e se em caso negativo, como eu suspeito, o porquê de existirem umas que se dão melhor que as outras na gestão dos seus orçamentos), o que leva o João Miranda a perguntar se os lideres intelectuais de uma sociedade não conseguem equilibrar um orçamento, quem o poderá conseguir? Um leitor não identificado replica com outra pergunta: quem poderá conseguir equilibrar um orçamento com pouco poder para controlar a despesa e nenhum para controlar a receita?
Ora, partindo do pressuposto que o leitor tem razão, a primeira coisa que os reitores deviam reclamar era por mais poder e não por mais dinheiro do Estado - porque assim, como o próprio leitor reconhece com a sua pergunta, os reitores são sempre passíveis de serem desresponsabilizados pela sua gestão. Por outro lado, muitos reitores tiveram à sua disposição uma forma de controlo da receita na fixação da proprina da instituição, mas muitos optaram por uma propina mais baixa do que a máxima permitida - espero agora que não sejam estes mesmos reitores que se queixem de problemas de tesouraria.
Ao mesmo tempo, do outro lado do Atlântico, há universidades que andam a ser confrontadas com a possibilidade de parte das suas receitas serem taxadas. Cá, as universidades querem dinheiro do governo. Lá, o governo (do estado de Massachusetts) quer o dinheiro das universidades. É toda uma diferença cultural. Ah, quase que deixava passar, por lá contribuir para engordar as contas do Estado não é uma coisa que fique sem resposta.