Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Despertar da Mente

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

Despertar da Mente

29
Set06

Revisionismo

Jorge A.

Via J-Eagle:
Ao contrário do Benfica, que sempre festejou o aniversário a 28 de Fevereiro (basta ver os jornais dos anos dez e vinte), Sporting e FC Porto já alteraram essa data.
O Sporting, depois de 13 anos a festejar a data da assembleia geral que elegeu a primeira direcção e elaborou as primeiras normas, resolveu alterar a data de fundação de 8 de Maio de 1906 para 1 de Julho desse mesmo ano (data em que foi fixado em definitivo o nome do clube). Uma questão de pormenor, que se respeita pois só aos sportinguistas diz respeito.
Já em relação ao FC Porto, a antecipação do centenário em 13 anos teve objectivos bem pouco desportivos. Depois de 83 anos, a história do clube foi completamente alterada só porque alguém descobriu, através de uma notícia de um jornal de Lisboa de 28 de Setembro de 1893, que se fundara no Porto “um club denominado Football Club do Porto”!... Bem se pode dizer que, actualmente, o FC Porto não comemora a data da sua fundação mas sim a data da saída de uma notícia num jornal de Lisboa! Acontece que desse clube que teria sido fundado em 1893 nunca mais se soube nada. E não passa pela cabeça de ninguém que José Monteiro da Costa, ao longo de mais de 80 anos unanimemente considerado fundador do clube (assim consta de todas as publicações, oficiais ou não, sobre o clube!), não soubesse que, afinal, o clube que estava a fundar já existia há 13 anos!
29
Set06

Momento abrupto

Jorge A.
Rudyard Kipling

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don't deal in lies,
Or, being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise;

If you can dream - and not make dreams your master;
If you can think - and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build 'em up with wornout tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on";

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings - nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run -
Yours is the Earth and everything that's in it,
And - which is more - you'll be a Man my son!
29
Set06

Calvin & Hobbes

Jorge A.
Calvin - Decidi não ir para a escola este outono. Não preciso de instrução. Não preciso de aprender. Não preciso de conhecimentos. Dá muito trabalho.
Hobbes - Que vais fazer na vida se não souberes nada e não tiveres conhecimentos?!
Calvin - Vou a programas de tv e produzo-me.
28
Set06

Naomi Watts

Jorge A.

Há poucos dias estive a rever o fantástico filme de David Lynch Mulholland Drive com a belissima Naomi Watts e a não menos deslumbrante Laura Harring.
Mas não é só com a beleza de Naomi, não a modelo, mas a actriz, que fico encantado. É com o seu jeito para a coisa, como se tivesse nascido só para interpretar o papel de Betty Elms ou de Diane Selwyn, sei lá...
É verdade que o filme de Lynch é uma pérola só saida da imaginação de grandes cérebros, daqueles cérebros que se lembram de criar uma história em torno do assassinato de uma mulher, de seu nome Laura Palmer, e deixarnos envoltos naquele universo estranho de Twin Peaks.
Mas que seria de Mulholland Drive sem Naomi Watts? Mais um filme bom de Lynch, mas nunca um filme genial como acabou por ser.
E depois Naomi não se ficou por aqui... ai, não... lembrou-se de demonstrar que também só nasceu para interpretar o papel de Cristina Peck em 21 Gramas. Ou melhor dizendo, só nasceu para ser actriz.
Para quando um óscar? É que sinceramente, de Gwyneth's Paltrow's e Charlize's Theron's está o mundo cheio.
28
Set06

Prison Break

Jorge A.

Que dizer de mais uma série fantástica produzida no pais do Uncle Sam.

Um condenado à pena de morte inocente! Um irmão que vai preso de propósito para salvar o irmão, com a fuga tatuada no corpo. Guardas do mais corrupto que há. Prisioneiros com passados obscuros. Uma conspiração à americana pela posse do poder. Uma advogada que luta pela liberdade no exterior, e uma médica prisional que simpatiza com um prisioneiro.

Por enquanto ainda estou a ver a primeira época, mas a segunda época já começou nos Estados Unidos. A par da série Lost, é a melhor série da tv americana.

Prison Break, uma série a não perder.

PS: Para quando RTP?

28
Set06

Coisas que um gajo vai buscar ao baú da faculdade II

Jorge A.
Não foi a versão final do trabalho da cadeira de Seminário de Economia Europeia, mas já tem alguma informação para um tema muito discutido hoje em dia.
INTRODUÇÃO

O objectivo do nosso trabalho é analisar o sistema de segurança social que vigora na maior parte dos países europeus, bem como os problemas com que alguns destes países se debatem na tentativa de arranjarem forma de financiarem os mesmos. Nesse sentido iremos tentar propor soluções para a resolução do problema, e analisar o impacto económico que tais alterações poderiam fazer surtir.


SEGURANÇA SOCIAL

Em primeiro lugar convém definir do que se fala quando nos referimos à segurança social. Podemos dizer que Segurança Social refere-se a um campo do bem estar social preocupada com a protecção social, ou protecção de problemas socialmente reconhecidos. Os ramos clássicos de intervenção são: a doença; a maternidade; acidentes de trabalho; doenças profissionais; prestações de invalidez; prestações de desemprego; prestações familiares; prestações de reforma; e subsídios por morte.
O primeiro estado a implementar legislação relativa a protecção social, com o pagamento de benefícios de reforma foi a Alemanha em 1889 pelo Chanceler Otto von Bismarck. Bismarck tentou com isto travar a onda histórica a favor do socialismo que grassava ao longo da Europa. O seu sistema era financiado por “payroll taxes” pagos pelos empregados e pelos empregadores, bem como por contribuições feitas directamente pelo governo. Também incluía um beneficio por invalidez (disability). Hoje em dia, este tipo de programas são comuns, se não mesmo, universais, entre os países desenvolvidos. Regularmente incluem características do sistema alemão inicial.
No Reino Unidos o “Beveridge Report” de 1942 ofereceu o principal modelo alternativo. Beveridge tentou tornar o “seguro” (insurance) a base para um compreensivo, esquema universal, que cobrisse todas as principais necessidades sociais.


PRESTAÇÕES DE REFORMA

"The argument for it rests as much on the desire of individuals to protect themselves against the consequences of the extreme misery of their fellows as on any wish to force individuals to provide more effectively for their own needs."
F.A. Hayek. The Constitution of Liberty.

Anteriormente à existência de segurança social, o fim da actividade profissional trazia uma série de problemas às pessoas cujo rendimento dependia exclusivamente do seu trabalho. Foi nesse sentido que as prestações de reforma foram introduzidas, no sentido de assegurar que os idosos teriam rendimento suficiente para viverem.
O sistema que vigora numa grande parte dos países europeus é o denominado Pay-as-you-go. Este implica que os trabalhadores actuais fazem as suas contribuições, e estas servem para financiar as pensões dos actuais reformados. Dado que a diferença entre o que os trabalhadores pagam e aquilo que os reformados recebem é ainda positiva na maior parte dos países, foram criados fundos de capitalização da segurança social, como forma de rentabilizar o excedente. No entanto é de referir que este fundo é bastante reduzido, e dada a tendência actual, é de prever em breve que a diferença entre o que os trabalhadores pagam e os pensionistas recebem se torne negativa.


A RUPTURA DO SISTEMA

O problema que se coloca ao actual sistema é que este foi pensado numa altura, após a 2ºGrande Guerra Mundial, em que a pirâmide etária da população era totalmente diferente da actual, e ainda mais diferente daquela para a qual se caminha. As mudanças demográficas originadas pela melhoria dos serviços de saúde, o que permite às pessoas viverem mais tempo, e pelo declínio da taxa de natalidade, que leva à estagnação da taxa de crescimento populacional, têm deteriorado o rácio trabalhador/reformado. Em países como a França e a Alemanha, é esperado um aumento do número de idosos, no entanto relativamente à força de trabalho, é de esperar que se mantenha constante.
Agora, os países vêem-se confrontados com três possíveis alternativas para evitar a ruptura do sistema: aumentam os impostos para fazer face ao aumento de reformados; retiram benefícios para manter os fundos de pensões acessíveis; ou reformam totalmente o sistema, optando por um modelo mais avançado de fundo, denominado por sistema capitalizado.


REFORMA DO SISTEMA

Nesta secção iremos tentar focar-nos nas possíveis reformas que podem ser implementadas. Uma das soluções, e que parece ser aquela que a maior parte dos governos europeus com problemas tende a implementar primeiro, é a manutenção do actual sistema com a implementação de algumas reformas paramétricas. Entre as reformas paramétricas insere-se o aumento da idade de reforma; alterações da fórmula de cálculo das pensões; dificultar o acesso a reformas antecipadas. No entanto, parece-nos a nós, que este tipo de reforma não resolve o problema, apenas o adia para mais tarde.
Outra opção é a adopção de um sistema capitalizado, onde cada pessoa passa a contribuir para um fundo (gerido por uma instituição pública ou privada) que investiria em activos financeiros, e depois chegado à idade de reforma receberia em função daquilo que tinha descontado, tendo em atenção o número médio de anos que ainda teriam por viver. Neste caso, a todo o momento, o sistema tem fundos iguais às contribuições acumuladas dos trabalhadores, pelo que será capaz de pagar os benefícios quando os trabalhadores se reformarem.
Se olharmos para estes dois sistemas do ponto de vista dos reformados, a principal diferença é que no pay-as-you-go, a sua reforma depende do rácio trabalhador/reformado e da evolução da taxa cobrada pelo sistema, enquanto no sistema capitalizado a reforma vai depender da taxa de retorno dos activos financeiros. No entanto, ambos tem em comum a mesma lógica: pagar enquanto se trabalha para receber aquando da reforma.
No entanto este sistema capitalizado também tem os seus defeitos. Como o cálculo do pagamento seria feito com base num valor médio, haverá quem falecerá mais cedo, recebendo menos, e quem falecesse mais tarde, recebendo mais do que devia. Outro factor a ter em conta, é que haveria injustiça nas reformas entre homens e mulheres, dado que estas últimas tem uma esperança média de vida mais alta. Outro problema, tem a ver com a possibilidade do fundo, caso seja privado, investir em activos demasiado arriscados, na busca de uma maior rentabilidade, pelo que seria necessária sempre a regulação do Estado. E por último, e sem sombra de dúvidas o maior entrave à adopção deste sistema, é os custos que a passagem do actual sistema para o sistema capitalizado implica.
Do ponto de vista de uma sociedade que estivesse a ser criada de raiz, e que fosse agora escolher qual o modelo de segurança social mais eficaz, seria natural que o modelo adoptado fosse o capitalizado. Mas as sociedades europeias não partem do ponto zero, pelo contrário, há promessas feitas aos cidadãos que não podem ser quebradas de um momento para o outro. A reforma tem de ser assegurada aos actuais reformados e aos reformados que estão para vir. A mudança imediata do sistema, implicaria pois, que os actuais trabalhadores tivessem de contribuir quer para eles (capitalizado), quer para os actuais reformados (pay-as-you-go). Desta forma, a decidir-se avançar para um sistema capitalizado, a mudança tem de ser lenta, para que os custos de ajustamento não fiquem demasiado concentrados numa só geração.
Dado este problema, podemos apontar um outro modelo, que aplica estes dois sistemas e que pode ser usado para uma primeira fase de transição. É o chamado sistema multi-pilar. E este consiste no seguinte: divisão da contribuição para a segurança social em três pilares: o primeiro, em que o individuo contribui como actualmente, e com esta contribuição o estado garante uma pensão mínima; no segundo pilar o estado continua a obrigar o indivíduo a descontar um certo montante, mas este montante já é aplicado num fundo de capitalização que garante um rendimento adicional à pensão mínima; e por fim um terceiro pilar, em que é o individuo que decide o que fazer às suas contribuições, optando ou pelo estado, ou pela aplicação num fundo de capitalização privado. A passagem do actual sistema para este não implica tantos custos quanto implicaria a solução da passagem para o sistema capitalizado.


IMPACTO ECONÓMICO

Neste ponto tentaremos focar qual o principal impacto económico da passagem de um sistema pay-as-you-go para um sistema capitalizado (ou com base num sistema mais capitalizado, como o sistema multi pilar). É que para além de um sistema capitalizado garantir a sustentabilidade do sistema a qualquer momento, não está dependente das alterações demográficas, apresenta uma outra vertente muito vantajosa em termos económicos quando confrontado com o pay-as-you-go.
O principal impacto económico está relacionado com a taxa de poupança das sociedades. A segurança social eliminou algumas das necessidades de poupança. Antigamente, uma família via-se confrontada com a necessidade de arrecadar algum dinheiro durante os anos de trabalho, de forma a poder viver condignamente durante o período de afastamento da actividade profissional. Com a introdução da segurança social o Estado eliminou esta necessidade para a poupança privada.
No sistema pay-as-you-go as contribuições são redistribuídas, mas não investidas. Ou seja, os trabalhadores pagam as suas contribuições, e esse dinheiro é redistribuído para os pensionistas. Já no sistema capitalizado, o que se garante é que as contribuições de cada trabalhador são investidas em activos financeiros, levando a um maior stock de capital. O que está aqui em causa, é que a passagem do sistema pay-as-you-go para o sistema capitalizado aumentaria a taxa de poupança da economia, e como é sabido, no longo prazo a formação de capital de um pais é determinada pela sua taxa de poupança. Quanto maior a taxa de poupança, maior o stock de capital, o que levará a um maior consumo futuro e maior produto.
Mas este trade-off que os governos enfrentam de que uma maior taxa poupança implica menor consumo hoje e maior consumo mais tarde tem um problema, é que quem vota e elege os governos não são as gerações futuras, mas antes as actuais. E os governos não tendem a pedir grandes sacrifícios às gerações actuais em prol de um melhor bem estar futuro. Isto leva a que a taxa de poupança esteja nas sociedades europeias actuais bem abaixo da golden rule (taxa óptima de poupança). É neste sentido que uma alteração do sistema de reforma pode ser benéfico, não só na garantia da sua sustentabilidade, como na garantia de uma maior taxa de poupança.


Na Europa também se usava muito a reforma como um subsidio para fazer o trabalhador retirar-se mais cedo como forma de garantir mais um posto de trabalho a alguém mais novo. Países na Europa e com problemas de desemprego usam muito este recurso.
28
Set06

Coisas que um gajo vai buscar ao baú da faculdade

Jorge A.
INTRODUÇÃO
O nosso trabalho pretende fazer uma análise dos custos de mudança no sector das telecomunicações móveis nacionais. Para isso recorremos ao modelo simples de estimação de custos de mudança criado por Oz Shy.
O mercado de telecomunicações nacionais constitui um exemplo interessante do impacto de custos de mudança num mercado dinâmico. O mercado de telefones móveis nacional é caracterizado por três tipos de custos de mudança – compatibilidade, transacção e custos de mudança contratuais. O crescimento do sector foi bastante elevado nos últimos anos, sendo que a Optimus recentemente juntou-se à TMN e à Vodafone como os únicos operadores do mercado nacional. O regulador nacional, ANACOM, interveio durante este período no sentido de reduzir alguns custos de mudança associados ao mercado de telefones móveis e portanto é também possível analisar o impacto dalgumas das medidas tomadas no efeito sobre os custos de mudança.


BREVE HISTÓRIA DO MERCADO NACIONAL

O mercado nacional no final de 2004 tinha 3 licenças de operadores, Vodafone, TMN, e Optimus. O primeiro operador móvel, a TMN lançou o seu serviço móvel em 1991. Ano e meio após a criação da TMN surgiu no mercado a Telecel (actual Vodafone). Dada a concorrência originada pela presença de dois operadores, os preços baixaram e o número de subscritores começou a aumentar. Em 1998 a Optimus entrou no mercado.


TIPOS DE CUSTOS DE MUDANÇA

Custo de compatibilidade
Como cada operador funciona em exclusividade com alguns modelos de telemóveis, ou em alternativa, a escolha de um determinado operador limita a quantidade de modelos de telemóveis disponíveis. Este assunto é abordado de forma mais clara no tópico sobre o bloqueio dos telemóveis pelas operadoras.

Custo de transacção
Um consumidor que decida mudar de operadora enfrenta a seguinte escolha: ou muda de número de telemóvel ou opta pela portabilidade do número que já tinha. Se o consumidor escolhe mudar o seu número de telemóvel enfrenta uma série de custos. Ele tem de:
• Informar clientes potenciais que o número mudou (no caso de empresas)
• Acabar por perder chamadas de amigos e clientes.~

Estes custos são maiores para uma empresa, que pode sofrer mais com a alteração de número de telemóvel. A isto, temos de acrescentar que alguns clientes vão ter de mudar o número de telemóvel que tem no seu address book e outros database records. Eles também sofrem algum inconveniente em termos de chamadas direccionadas para o antigo número.
A introdução de portabilidade do número de telemóvel para remediar este custo não o remove totalmente, no sentido em que pode haver um atraso temporal desde o pedido para manter o mesmo número e a implementação do mesmo. Desta forma, mesmo com portabilidade do número, os custos de transacção ainda existem.

Custos Contratuais
Alguns dos custos de mudança envolvidos em mudar de servidor móvel são custos contratuais. Estes custos são impostos pelo operador do serviço e portanto não representam custos sociais reais.

Contractual Length
Muitos dos telemóveis vendidos implicam um mínimo de 12 meses de activação, durante o qual o consumidor terá de pagar uma penalização caso queira cancelar o contracto. Depois desse período o consumidor poderá mudar de operador sem ser penalizado.

Locking Handsets
Os telefones móveis contêm um pequeno chip denominado de cartão SIM. Cada SIM é identificado por um número único, incluindo um número de telefone, e apenas permite serviços fornecidos por um dos operadores portugueses. O bloqueio do SIM acontece na prática quando o mesmo só funciona para o operador original do serviço móvel. Em Portugal, o telemóvel é vendido normalmente de forma a não permir que o mesmo seja utilizado com outro SIM que não um do operador que vendeu o telemóvel.
Caso o utilizador queira desbloquear o telemóvel é obrigado a pagar uma tarifa elevada.

Search Costs
Os custos de um determinado pacote de telemóvel para um cliente particular dependem de um número de factores:
• Qual a taxa de utilização que o cliente tem do telefone
• A hora do dia a que o cliente faz as suas chamadas
• A rede móvel utilizada pela maior parte das pessoas a quem o cliente deverá fazer mais chamadas.
• O tipo de serviços que o cliente quer no seu telemóvel (ex: cameras, mms, sms)
• Se e com que frequência quererá o cliente utilizar o telemóvel fora do país.
• Qual o grau de cobertura da rede móvel onde o cliente irá realizar mais frequentemente as suas chamadas
• Se o cliente prefere pagar uma verba mensal, ou se prefere pagar apenas as chamadas
• Se o telemóvel preferido do cliente está disponível em determinada rede.

Dados estes variados factores que os consumidores têm em conta quando escolhem um operador de telemóveis, isto pode criar search costs para os consumidores.


MARKET OUTCOMES

Alguns dos preços praticados na indústria de telemóveis são consistentes com aqueles previsíveis em mercados com custos de mudança:

Efeitos nos preços

Bargain then rip-off pricing
A teoria económica argumenta que na presença de custos de mudança, os operadores tem preços baixos para atrair clientes e que depois aumentam o preço acima do custo marginal quando o consumidor já está captado.
Tanto no caso de contratos como no caso de pré-pagamento, os operadores tem subsidiado o custo do telemóvel de forma a encorajar o crescimento do número de subscritores. Isto foi particularmente notório no caso do telefones pré-pagos e normalmente indicava que o operador estava a vender o telemóvel abaixo do custo do mesmo, recuperando a perda mais tarde cobrando preços pró chamadas acima do custo.

Incumbents charging higher prices than new entrants
Outro padrão nos preços previsível pela teoria dos custos de mudança é o de que as empresas instaladas com uma base de clientes fixa irá cobrar sempre preços mais altos que as empresas que se são novas no mercado e que ainda não tem uma base de clientes. Isto deve-se ao facto da empresa instalada já com uma base de clientes firmada, ter um incentivo a “harvest” os seus clientes já existentes, em vez de investir a baixar os preços como forma de ganhar maior poder de mercado e portanto, maiores lucros futuros.

Changes in market share
A teoria económica prevê em mercados com custos de mudança que a cota de mercado irá variar com o tempo.

Difference in shares of new customers and installed base e convergence in market shares
Num mercado com custos de mudança, nós podemos ver a diferença entre cota de mercado de firmas de “novos” clientes e poder de mercado como o total do mercado. Isto acontece, porque as empresas instaladas cobram preços maiores que as novas entrantes, e portanto as novas entrantes vão adquirir um poder de mercado desproporcional no que diz respeito à cota de novos clientes. Isto resulta numa diferença entre o poder de cada empresa no que diz respeito a novos e antigos clientes.
Adenda ao caso português: num mercado em elevado crescimento, o incentivo para as empresas instaladas cobrarem preços altos pode não ser suficiente dado o desejo de adquirir novos clientes num mercado em crescimento. Para além disso pode haver discriminação dado que aos novos clientes pode ser oferecido um pacote de preços diferente do que o que foi oferecido aos clientes antigos.
Como as empresas instaladas concentram-se na sua base de clientes, ao longo do tempo, o poder de mercado tende a convergir entre os diferentes operadores.


NIVEL DE MUDANÇA E FACTORES QUE INFLUENCIAM A MUDANÇA

Apesar de existirem potenciais custos de mudar de operador no sector dos telemóveis, o número de mudanças de rede efectuadas por clientes é relativamente alto.
O desejo de querer obter o último modelo de telemóvel pode sobrepor-se aos custos de mudança. Desta forma, pode haver uma mudança excessiva de operador mesmo com custos de mudança elevados. Tal facto pode ser explicado por exemplo com o baixo preço a que os telemóveis são postos à venda como forma de atrair clientes, pelo que podemos considerar que estes preços baixos encorajam os clientes a mudarem mais do que seria justificado.

INTERVENÇÃO REGULADORA

A principal intervenção do regulador de telecomunicações nacionais: ANACOM foi a da portabilidade do número de telemóvel de um operador para outro. Ao contrário dos custos de mudança contratuais, os custos envolvidos na mudança do número de telemóvel é um custo real social. Com a introdução da portabilidade, estes custos são suportados pelo operador móvel, e não pelo cliente.
Mas o fornecimento da portabilidade do número não é um processo fácil. Requer que os sistemas reconheçam que uma chamada efectuada com um prefixo normalmente destinado a uma operadora móvel, deve ser transferido para outra operadora móvel. Há 3 diferentes (broad) categorias de custos envolvidas no fornecimento de portabilidade do número de telemóvel:
• Estabelecimento do sistema e custos de manutenção (System-set-up and maintenance costs) – os custos que o provedor do serviço incorre em estabelecer a capacidade para fornecer portabilidade na sua rede e nos sistemas administrativos associados. Estes custos não são correlacionados com o número de números portáveis.
• Call conveyance costs – custos adicionais associados com a remarcação de chamadas depois da introdução da portabilidade do número.
• Customer transfer costs – one-off costs, which the donor service provider incurs each time customers port their number to another service provider.

Apesar de não termos tido acesso a estudos para Portugal sobre isto, parece-nos evidente que os custos incorridos por falta de portabilidade eram muito maiores em caso de utilizadores empresariais que em utilizadores individuais. Daí que o seu impacto seja maior junto das empresas.

SUCESSO DA PORTABILIDADE DOS NÚMERO DE TELEMOVEL

Em Inglaterra não teve sucesso, e em Portugal?

SIM LOCKING POLICY
Os reguladores ainda devem debruçar-se sobre a seguinte questão: se deixasse de haver telemóveis bloqueados, então os clientes só precisariam de comprar um SIM card de outra operadora para mudar de rede.
Os benefícios da não existência de SIM locking seriam sobretudo do ponto de vista da concorrência dos preços praticados nos tarifários, no entanto iria reduzir o incentivo dos operadores a promover serviços únicos da rede no seu telemóvel. Ou seja, iria ter um efeito adverso sobre a inovação.

Pág. 1/2

Mais sobre mim

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Links

  •  
  • Outras Casas

  •  
  • Blogs

  •  
  • Em Inglês

  •  
  • Think Tank

  •  
  • Informação

  •  
  • Magazines

  •  
  • Desporto

  •  
  • Audiovisual

  •  
  • Ferramentas

    Arquivo

    1. 2010
    2. J
    3. F
    4. M
    5. A
    6. M
    7. J
    8. J
    9. A
    10. S
    11. O
    12. N
    13. D
    14. 2009
    15. J
    16. F
    17. M
    18. A
    19. M
    20. J
    21. J
    22. A
    23. S
    24. O
    25. N
    26. D
    27. 2008
    28. J
    29. F
    30. M
    31. A
    32. M
    33. J
    34. J
    35. A
    36. S
    37. O
    38. N
    39. D
    40. 2007
    41. J
    42. F
    43. M
    44. A
    45. M
    46. J
    47. J
    48. A
    49. S
    50. O
    51. N
    52. D
    53. 2006
    54. J
    55. F
    56. M
    57. A
    58. M
    59. J
    60. J
    61. A
    62. S
    63. O
    64. N
    65. D