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Despertar da Mente

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

Despertar da Mente

31
Dez09

Apesar de tudo, algum serviço público

Jorge Assunção

Aquele que a RTP presta durante as madrugadas. Enquanto a SIC e a TVI repetem programas com prémios em dinheiro em que meninas engraçadas falam, falam, falam, e não dizem nada, a RTP sempre opta por passar filmes. Coisa irritante é o que aconteceu a última segunda-feira. A SIC, e muito bem, passou a utilizar esse dia para uma grande reportagem. Pois, à falta de melhor, TVI e RTP decidiram copiá-la. Agora fomos brindados com três grandes reportagens, programas com qualidade como há poucos na televisão portuguesa, à mesma hora e a concorrerem entre si. Assim, é difícil perceber para que servem três canais generalistas, bastava um.

15
Dez09

Música portuguesa

Jorge Assunção

No concurso da SIC, Idolos, na última gala, o juri queixava-se da falta de músicas cantadas em português, acentuando que os concorrentes estão ali para alcançar a fama em Portugal e não noutro lado qualquer. Refira-se que todas as músicas foram escolha dos concorrentes e decorridas duas galas, que englobaram vinte e cinco canções, só duas foram cantadas na lingua de Camões. Acrescente-se ainda que os dois que cantaram em português foram para casa logo na primeira gala e não sairam sem que o juri os criticasse pelo mal juizo na escolha da música. O tema é recorrente, mas é óbvio que o problema não é dos concorrentes, que limitam-se a escolher aquilo que gostam de ouvir. Tirando o fado, onde a boa música cantada em português deve sempre procurar refúgio; tirando um ou outro nicho de mercado, onde uma banda ou artista destacam-se pela qualidade; o panorama é deprimente. Basta dar uma vista de olhos pelos artistas que passeiam pelos mais variados ‘natais dos hospitais’ que poluem a televisão portuguesa. A música popular portuguesa está entregue aos Tony’s Carreira e Ruth’s Marlene deste mundo. A não ser que os concorrentes pretendam ser idolos de mulheres de meia-idade ou idolatrados por exibirem as pernas, boa parte da discografia que cabe na televisão portuguesa generalista pode ir para o lixo. E depois, talvez cantar em inglês não seja assim tão má ideia, mesmo para quem quer ser um idolo em Portugal. Afinal, há maior idolo em Portugal do que o David Fonseca? Ora, o David até sabe cantar em português, no projecto Humanos demonstrou-o, tal como a Sónia Tavares, dos The Gift, fez o mesmo no projecto Amália Hoje, mas foi a cantar na lingua de Shakespeare que ambos ganharam protagonismo, e será em inglês que darão continuidade às suas carreiras.

12
Dez09

A propósito do discurso de Obama...

Jorge Assunção

...e da defesa da guerra, lembro-me do Band of Brothers. A série televisiva consegue levar-nos até ao inicio do nono episódio (num total de dez) a duvidar de certas situações que ocorreram naquela guerra. No ínicio do nono episódio, ninguém terá dúvidas que aquela guerra era necessária e inevitável, mas alguns duvidarão se a condução da guerra teria sido a melhor. A série mostra, especialmente no oitavo episódio, alguns erros cometidos em situação de guerra. E um erro, em guerra, tem outro significado e valor, porque resulta na perda de vidas humanas. É estranho pensar que aqueles soldados, para sobreviverem à violência e brutalidade da situação em que estavam inseridos, criaram laços de amizade muito fortes com os companheiros de armas, isto ao mesmo tempo que sabiam que, num qualquer momento, podiam deparar-se com o companheiro morto. A amizade que ajuda a sobreviver à guerra é, ao mesmo tempo, a amizade que destrói o ânimo e a alma em tantos outros momentos. Deve ser estranho depender da amizade para sobreviver ao mesmo tempo que a cada morte de um amigo é uma parte da nossa vida que se perde também.

05
Dez09

RTP

Jorge Assunção

A RTP continua a sorver dinheiro dos contribuintes como se não houvesse amanhã. E vale a pena? Talvez valha. Vejamos: Soares é fixe, e na quarta-feira à noite, como para comprovar o quão fixe ele é, foi possível assistir a mais uma entrevista sua com passagem no canal público, no apelidado prime time. Como não há ano que passe em que Soares não tenha um programa na estação, suponho que este já tenha lugar no quadro de funcionários do canal. Mas isto até é acessório, falemos dos verdadeiros funcionários. Continuemos: o que dizer do programa de sexta-feira apresentado por Sónia Araujo? Lixo televisivo no seu melhor, mesmo quando comparado a uma novela brasileira de segundo nível. Mas a Sónia só quererá seguir os passos da Catarina, que tem a noite de sábado a seu cargo. Para fazer a ligação entre as duas, poderia falar desse astro da dança que é Marco de Camilis, promovido inicialmente pela Catarina, e que tem a honra de ensaiar os concorrente de ambos os programas. Enfim, o dançarino italiano precisa de um rendimento extra. O programa de sábado chama-se Dança Comigo no Gelo, mas podia ser simplesmente o programa da Catarina, uma vez que mais não faz do que servir para diversão da própria apresentadora e para promover alguns amigos desta. Consta que a senhora é das melhores remuneradas na estação. Nada injusto, deve ser por isso que lhe chamam “serviço público”. Ora, no domingo, voltam outros dois amigos da Catarina, de seu nome João Baião e Silvia Alberto, o primeiro foi juri num concurso da Catarina, igual ao actual, mas na altura sem gelo, a segunda é a sua mais brilhante substituta. O programa de domingo à noite, não anda muito longe do lixo do de sexta, e é certamente pior que o da SIC e da TVI, inclusive nas audiências, mas enfim, parece que nos dias que correm, servir lixo é mesmo “serviço público”.

23
Nov09

Plano Inclinado

Jorge Assunção

O programa da SIC Noticias, com a moderação de Mário Crespo e a presença de Medina Carreira, João Duque e Nuno Crato, é um dos melhores programas da televisão portuguesa. Até agora, os assuntos predominantes tem sido económicos e para quem quiser perceber foi lá dito o essencial sobre o estado da economia portuguesa. No programa do último sábado, foram ao ponto que faltava e que, de forma simplificada, explica o motivo porque ainda existem para ai uns economistas optimistas: os que não duvidam que a União Europeia, sobretudo com o esforço dos contribuintes alemães, irá ajudar a economia nacional. Basicamente, eles são optimistas não porque ignorem que estão a atirar para alto mar alguém que não sabe nadar, mas porque contam que, quando estivermos perto de afogarmo-nos, um tipo alto e loiro virá atirar a bóia e levar-nos para terra. Claro que continuaremos sem saber nadar. Mas, enfim, que tristeza de povo e de economistas.

19
Nov09

Cinco Noites,Cinco Filmes

Jorge Assunção

Mas nem tudo é mau nos canais públicos de televisão. Ontem também reparei que no canal 2 repuseram o ciclo "Cinco Noites, Cinco Filmes". Portanto meus amigos, a partir de agora as minhas horas de sono durante a semana serão substancialmente reduzidas.

 

Para além de partilhar com o Ega a antipatia pelo Carlos Malato (leiam o post citado), também é com interesse que fico a saber que o ciclo "Cinco Noites, Cinco Filmes" estará de regresso à 2. Talvez isso explique o porquê de ter apanhado o Dog Day Afternoon, com o Al Pacino, ontem à noite na estação em causa.

 

Aliás, ver o Al Pacino naquela fase inicial da sua carreira é um luxo para qualquer amante de cinema. E é o recordar de como já não existem actores assim (e como o próprio Al Pacino é, nos tempos que correm, uma pequena amostra daquilo que já foi). Há um momento de particular brilhantismo no filme: a maior parte da acção decorre durante o assalto a um banco. A certa altura, o companheiro de uma das mulheres sequestradas (um sequestro muito peculiar, diga-se), tendo conhecimento através da televisão que decorre o assalto, telefona para o banco e a esta é-lhe permitido falar com ele. Durante a chamada, esta vira-se para Sonny (a personagem de Al Capino) e pergunta-lhe, com toda a naturalidade, que o companheiro perguntava quando é que este pensava dar o assalto por terminado para ela regressar a casa. A pergunta é insólita, e não há resposta adequada para a mesma. Al Pacino balbucia alguma coisa sobre a falta de sentido da pergunta, mas como espectador quase não presto atenção ao que diz, a resposta já havia sido dada pela expressão facial e pelos olhos de Sonny na primeira reacção à pergunta.

18
Nov09

Química

Jorge Assunção

Gosto de ver o Ossos, na Fox. Como a promoção à série indica, a Dª. Brennan é o cérebro, associada à razão, o Special Agent Booth é o coração, associado à emoção - é, para simplificar, uma reencarnação da relação entre a Dana Scully e o Fox Mulder do X-Files. A série, como tantas outras do género, gira em torno de dois planos: um definido e de curta duração, que se prende com a história do episódio em causa, outro mais indefinido e que se estende ao longo dos vários episódios, e que se prende com as relações amorosas e sociais entre os vários protagonista da série. O desenvolvimento do segundo plano é aquilo que verdadeiramente cativa e permite o prolongar da série por várias temporadas. O primeiro plano, quando prestamos a devida atenção, é uma (quase) repetição de episódios anteriores.

 

É como no Dr. House: costumo assistir ao episódio que começa por volta das 19:20. Por vezes parece que a solução para a doença que afecta o personagem do episódio está prestes a ser descoberda. Olho para as horas: são 19:40. Então tenho a certeza que ainda não é desta e outra situação inesperada ocorrerá. Não fosse assim, por vezes rotineira, e talvez a série não durasse tanto tempo nos ecrãs.

30
Out09

Televisão e Ideologia

Jorge Assunção

 

Descubro este gráfico no The Daily Dish. O Andrew Sullivan aproveita para atacar a Fox News, diz este que as outras estações são parciais, mas nenhuma é tão enviezada quanto a Fox News. Pois, mas parece-me a mim que talvez o facto de todas as outras estarem enviezadas para o mesmo lado ideológico, além de não ser um fenómeno menor e insignificante, talvez justifique o enviezamento excessivo da Fox News. E mais, parece-me que se a Fox News tivesse um enviezamento na linha dos restantes canais, então o panorama na televisão norte-americana ainda seria mais pró-Democrata do que é. Ao contrário do que alguns querem fazer crer, a Fox News, com todo o seu enviezamento, é o canal que garante a neutralidade das televisões norte-americanas, ao permitir que o público que assim pretenda, não fique obrigatoriamente exposto ao claro enviezamento a favor da 'esquerda' norte-americana que domina os meios de comunicação social (basta verificar como a maioria dos jornais apoia sempre o candidato democratas nas presidenciais). Dirão: bem, mas podia ao menos ser não mais parcial que os outros. E eu pergunto: se no quadro acima, a Fox News tivesse a mesma parcialidade a favor dos Republicanos que os outros têm para com os Democratas, qual seria a conclusão óbvia a retirar? Que os canais informativos norte-americanos eram excessivamente parciais a favor dos Democratas. Assim, sempre poderá ser alegado que, apesar de todos os outros serem pró-Democratas, o único que é pró-Republicano, é mais pró que os outros todos. O que por sua vez leva à minha conclusão: a Fox News é fundamental para equilibrar o sistema.

27
Out09

Tão cheio de razão

Jorge Assunção

Mas hoje, quando a "verdade" é um anátema ou um insulto, isso também não incomoda ninguém. E, ao fim de dez em onze comentadores e jornalistas na SICN ou na TSF ou na RTPN a dizerem o mesmo, quem é que se atreve a duvidar?

 

Na mouche. Pacheco Pereira, que se afasta da mediocridade reinante, e por isso tão criticado, é dos poucos que ainda vou escutando e lendo com atenção. Nem sempre concordo com o que diz, mas respeito-o pelo pensamento livre. Pensamento livre que não o impede de ter uma agenda política, mas a agenda é conhecida de todos. Respeito-o por isso. Já não respeito e não me merecem consideração nenhuma a quantidade infindável de comentadores 'independentes' que poluem os meios de comunicação social.

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