Avatar
James Cameron usou o truque com Titanic, repete-o agora com Avatar. A etiqueta “O filme mais caro de sempre” é usada como cartão de visita, inserido na campanha de marketing. O truque funciona bem e leva muita gente à sala de cinema. Nos primórdios do cinema, para promover uma actriz medíocre a estrela de primeira categoria, também não era preciso muito mais do que apresentá-la como a actriz mais bem paga de sempre. De lá para cá, as coisas terão evoluido muito menos do que se pensa. Outra coisa que parece levar muita gente ao cinema é o nome do realizador, James Cameron, associado ao Titanic, o gigante das bilheteiras. “O novo filme do aclamado realizador de Titanic”, parece que é etiqueta que cumpre o objectivo. Confesso que para mim funciona como replente. Titanic é um filme mediocre elevado à categoria de obra-prima só por distracção. O filme vale pelos efeitos especiais, bem elaborados, mas o resto do filme é preenchido por uma história de amor banal, piegas, a fazer lembrar o argumento de um daqueles telefilmes que ocasionalmente passa na TVI durante a madrugada. Cameron realizou The Terminator e merece crédito por isso, mas também é o tipo que transformou o fantástico Alien, de Ridley Scott, num filme de acção para adolescentes, recheado de explosões, armas e, como o próprio nome indica, Aliens. Já na altura sacrificava o artistico a favor do marketing, um mix embrionário de Zemeckis e Michael Bay.