Cavaco Silva
O Presidente da República, segundo ilustres socialistas, os mesmos que há muito tempo procuram provocar um choque institucional com o actual presidente para desviar a atenção dos assuntos que interessam ao país e ajudar no lançamento do candidato da sua área para o cargo em causa (até porque, como sabemos, para certa gente, a PR era tida como monopólio da esquerda), não devia ter expresso a opinião em causa. Percebe-se. Já toda a gente percebeu. Para os socialistas, uma vez que as suas políticas resultaram no que se conhece, é urgente desviar as atenções para tudo, menos para o desemprego e o endividamento. Para os socialistas, tudo o que interessa agora são assuntos laterais, sejam desentendimentos com o Presidente da República, que pelos vistos não pode ter qualquer opinião e deve comportar-se como uma estátua, sejam assuntos como o casamento homossexual, que nada adianta naquilo que são os problemas essenciais do país.
O mais curioso é que Cavaco intromete-se na agenda do PS (pecado dos pecados), já António Vitorino, que abriu as hostilidades na RTP quando exigiu a intervenção de Cavaco a propósito do tema governabilidade, não se deve ter intrometido na agenda da Presidência. Afinal, é um tique socialista muito comum durante esta liderança de Sócrates, os socialistas pensam que o país é só deles e só eles podem mandar.