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Despertar da Mente

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

"Democracy and socialism have nothing in common but one word, equality. But notice the difference: while democracy seeks equality in liberty, socialism seeks equality in restraint and servitude." Alexis de Tocqueville

Despertar da Mente

31
Jan09

Sondagem

Jorge A.

Tanto post em torno do Freeport e do Australian Open que tornou-se imperativo acentuar a pluralidade de temas abordados pela minha pessoa neste remoto espaço. A russa Irina Sheik achou por bem ajudar a abalar as fundações deste blogue e contribuiu com três análises filosóficas interessantes: uma sobre a necessidade de restricções ao jogo, outra sobre a reprodução dos coelhos e outra sobre navegação em alto mar. Numa tentativa de promoção da interactividade é ainda solicitado ao prezado leitor que se pronuncie sobre a qualidade argumentativa dos referidos indicando qual o de maior interesse (eu e a Irina agradecemos desde já a participação activa):

30
Jan09

DVD

Jorge A.

A carta rogatória oficial das autoridades inglesas é devera interessante:

O primeiro e o segundo requerimento para a Avaliação de Impacto Ambiental foram reprovados pelo Ministério do Ambiente português no ano 2000. Charles Smith alegou, num interrogatório feito pela Polícia de Londres que a Smith&Pedro foi abordada entre estes dois requerimentos para o pagamento de um suborno considerável para que a aprovação fosse assegurada.

O que vem de acordo com as palavras do tio de Sócrates sobre o caso. Tio de Sócrates que, relembre-se, as autoridades portuguesas ainda não decidiram ouvir. Seria também importante saber quem é que alegadamente abordou Smith durante esse período para pagamento de suborno.

O primeiro e o segundo requerimento para a Avaliação de Impacto Ambiental foram reprovados pelo Ministério do Ambiente português no ano 2000. [...] No dia 17 de Janeiro de 2002, os representantes da Smith&Pedro e da Freeport tiveram uma reunião com as entidades portuguesas, incluindo o ministro do Ambiente à época, José Sócrates, para discutir uma terceira apresentação da avaliação de impacto ambiental.

Isto explica porque o chumbo duplo do projecto antes da sua aprovação não serve de desculpa para nada. O contacto de Sócrates com os elementos da Freeport dá-se posteriormente. 

No dia 17 de Janeiro de 2002, os representantes da Smith&Pedro e da Freeport tiveram uma reunião com as entidades portuguesas, incluindo o ministro do Ambiente à época, José Sócrates, para discutir uma terceira apresentação da avaliação de impacto ambiental. Participaram nesta reunião Sean Collidge, Charles Smith, Gary Russel, Manuel Pedro, José Sócrates e outros funcionários públicos e municipais portugueses.

A tal reunião que Sócrates confirma e a data que o ministro Pedro Silva Pereira desconhecia aquando da entrevista com Mário Crespo. A data é relevante porque coloca a reunião depois dos chumbos e porque o acelerar do processo dá-se imediatamente depois desta. Atente-se que a 17 de Janeiro de 2002 já António Guterres tinha apresentado a sua demissão. Estamos a falar de um caso que, supostamente, Sócrates tinha delegado a responsabilidade ao seu secretário de estado e que, nem por acaso, já em funções num governo de gestão decide participar numa reunião sobre o mesmo. 

Alegadamente, neste mesmo dia, o ministro do Ambiente, José Sócrates, reuniu depois com Sean Collidge, Charles Smith, Gary Russel e Manuel Pedro. Nesta outra reunião, José Sócrates terá alegadamente feito um pedido equivalente a um suborno para assegurar que a Avaliação de Impacto Ambiental fosse aprovada favoravelmente.

A alegada existência desta segunda reunião no mesmo dia é ponto chave para ajudar a perceber o que se passou. 

Estas alegações são extraídas da Carta Rogatória da Procuradoria Geral da República do Montijo, de 12 de Agosto de 2005, suportada por uma série de emails retirados de computadores apreendidos nos escritórios da Smith&Pedro pela Polícia Judiciária portuguesa.

Ou seja, tudo isto parte de investigação portuguesa que misteriosamente pouco tempo depois foi remetida ao esquecimento (obs: Ex-director da Judiciária demitido por este Governo diz ter dado prioridade à investigação do caso Freeport). Até aqui Cândida de Almeida falou a verdade, mas depois vem isto: 

Estas alegações também foram feitas por Charles Smith numa reunião com Alan Perkins (ex-funcionário da Freeport) e com João Cabral no escritório da Freeport em Portugal no dia 3 de Março de 2006. Alan Perkins gravou um vídeo da reunião sem o conhecimento de Charles Smith. Este vídeo encontra-se em anexo a um depoimento recolhido pela polícia de Londres, que foi divulgado às autoridades portuguesas.

Tendo em conta a versão que a policia portuguesa investigou, a policia inglesa tem acesso posteriormente ao tal DVD onde a versão parece confirmar-se. É aqui que Cândida Almeida mente, quando dá a entender que as suspeitas inglesas só partem das suspeitas portuguesas de 2005 que entretanto perderam fundamento. Perderam fundamento para a investigação portuguesa (que não aceita o DVD como prova), mas ganharam mais força junto das autoridades britânicas (exactamente porque há um DVD que as confirma). Repare-se que o DVD não é a única coisa relevante aqui, também existe a palavra de Alan Perkins sobre o que teria dito Charles Smith (a validação do DVD pelas autoridades inglesas permite contudo que perante a justiça inglesa não exista somente um caso de palavra contra palavra, entre a versão de Perkins e a versão de Smith - ou seja, a palavra de Perkins sobre o que lhe teria dito Smith ganha reforçada credibilidade).

 

O resto da carta nada de novo acrescenta. Depois de 17 de Janeiro o processo é aprovado com celeridade acentuada (obs: Última avaliação ambiental do Freeport de Alcochete foi a mais rápida de que se tem registo desde 1995) e é alegado o pagamento de "luvas" através da Smith & Pedro como compensação pela resolução do processo.

 

Deixo ainda outros pontos sobre o processo. A procuradora Cândida Almeida deu a entender, como é costume nestas coisas, que em parte o processo é demorado porque há falta de meios (referiu que estavam três pessoas afectas ao processo). Para quem tem falta de meios é curioso como tenham tempo para ir investigar a violação do segredo de justiça no caso em questão com tanta pressa. Também já não há pachorra para ver Sócrates e a sua vitimização, retratado magnificamente na declaração que fez ontem onde refere "poderes ocultos" e "campanhas sujas" sem concretizar. E isto, Santos Silva indignado contra "continuação de campanha política", é absolutamente formidável, em primeiro lugar porque diz proferir tal afirmação enquanto cidadão, pelo que se os jornalistas tomassem tal declaração a sério, fariam bem em não lhe dar qualquer relevo (o relevo da mesma parte do facto do sujeito em causa ser ministro), em segundo lugar porque quando questionado sobre os autores da campanha respondeu com um "não sou investigador, não sei responder".

 

Neste momento tenho sérias dúvidas em acreditar quer no primeiro ministro (não só por este caso, mas há um histórico que não me esqueço de onde o caso da licenciatura é o mais relevante) quer na justiça portuguesa. E mais do que a avaliação criminal sobre o caso (que não a posso fazer, tal tarefa deve ser deixada à justiça, por muito má que seja), é minha avaliação politica que o actual primeiro ministro devia demitir-se ou ser demitido.

30
Jan09

Na Terra dos Cangurus IX

Jorge A.

 

Há uns tempos que estou para escrever este post, porque no ténis as vitória de uns são alicerçadas nas derrotas de outros e pouco ser é mais representante do grupo de derrotados que Andy Roddick. Não que ele seja o que mais perde, longe disso, quem dera muita gente ter no bolso um grand slam como Roddick tem ou chegar às fases finais das grandes competições regularmente como ele chega - afinal de contas estamos a falar de um tipo que a par de Federer apresenta a maior duração de anos no top 10 mundial a cada fim de ano. Mas entre os derrotados, Roddick é o que mais sobressai, e assim é porque toda a sua mediocridade fica revelada perante o parcial negativo de 2 jogos ganhos para 16 perdidos que tem contra Federer. Podia aqui falar no suor do esforço que corre da cara de Roddick a cada humilhação que leva do relógio suiço, sem que em Federer sobressaia a mais pequena pinga de esforço e tudo aparente uma calma natural só ao alcance dos deuses do Olimpo, mas não é só o suor ou falta deste que torna os confrontos entre ambos memoráveis.

 

Memoráveis aqui, entenda-se, do meu ponto de vista, porque a história não tardará em fazer esquecer quem era o opositor de Federer. Mas é ao esquecimento a que Roddick será relegado pela história que está o molho da questão. É que nunca, em momento algum, um jogador como Roddick seria completamente eclipsado como o tem sido nos últimos cinco anos. Foram três finais (duas em Wimbledon e uma no US Open), duas semi-finais (ambas no Australian Open) e uns quartos-de-final (US Open) em que o carrasco teve o mesmo nome. E perante a dureza destes factos, é incompreensível como Roddick ainda não se enfiou num buraco e desapareceu. Pelo contrário, insiste em esforçar-se cada vez mais no campo, sabendo de antemão que quando chega a altura, é massacre que o espera.

 

Recorda-me a obra prima de Milos Forman, Amadeus. Salieri sempre foi um compositor dotado, mas perante o génio de Mozart, até ele foi reduzido à sua mediocridade. Não há melhor analogia para descrever a relação de Federer com Roddick do que a relação entre Mozart e Salieri.

29
Jan09

Poderes Ocultos

Jorge A.

A entrevista de Cândida de Almeida à RTP traz nova luz ao processo. Afinal de contas já existem suspeitos, o que não existe são fortes suspeitos. E a policia britânica sempre respondeu, não deu foi uma resposta total. Há outra coisa que vem ao de cima a ouvir Cândida de Almeida, a ideia de que temos incapazes à frente da justiça ou, no minimo, que temos uma justiça incapaz, paira no ar.

 

Adenda: Cândida de Almeida disse que na avaliação feita sobre a actividade das instituições não devia pairar um clima de desconfiança. Se as instituições não utilizassem meias verdades para descrever processos como as que cito acima, talvez ajudasse.

29
Jan09

Suspeitos e Arguidos

Jorge A.

Freeport: Não há dados relevantes que indiquem que há suspeitos, diz PGR

 

O primeiro-ministro remeteu ontem os jornalistas sobre o caso para a procuradora Cândida de Almeida. A PGR hoje emite um comunicado. O primeiro-ministro apanha a onda e logo anuncia que vai voltar a falar ao país.

 

Mas o que é um suspeito? Como se faz buscas a alguém que não é suspeito? Se não há suspeição, bem podem logo dizer que não há qualquer investigação. O que de facto não havia e parece que querem manter não havendo. A investigação é toda da policia britânica e dos jornalistas portugueses.

 

E continuam os jornalistas dos fretes. Agora mesmo na RTP o jornalista de serviço afirmou que o comunicado da PGR desmente as noticias do dia que apontavam Sócrates como suspeito. Não sei se é ignorância, se pura má fé. Sei é que se é certo que o comunicado diz que no processo Freeport não há suspeitos para a justiça portuguesa, nada diz sobre as noticias de hoje que dão conta que Sócrates é suspeito para a justiça inglesa.

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